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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

CIRCUNCISÃO HIGIENE OU TRADIÇÃO?
Adriana Keirsbaumar
         Mesmo sendo um procedimento antigo, em média, 6.000 anos de idade, a circuncisão – extirpação cirúrgica do prepúcio, pelo que recobre a glande, cabeça do pênis, que è aconselhada por médicos somente em casos de fimose (quando o canal prepucial é estreito e impede a passagem da glande), é  ainda causadora de polêmica e dúvida por parte dos pais, quanto a sua real necessidade, até hoje. Porém, entre os judeus, esta é uma tradição de origem bíblica, no livro de Gênesis,  capítulo 17, quando Abraão foi circuncidado, aos 99 anos.
         Médicos americanos recomendam a cirurgia a recém-nascidos, porém aqui no Brasil, a história muda um pouco. Não que os médicos sejam contra a operação, mas eles acreditam que este procedimento, só deve ser feito em crianças com mais de três anos, pois até lá, o prepúcio age como uma “capa” protetora para a glande e meato uretral das ulcerações amoniacais, causadas por fraldas sujas.  E com o passar do tempo, esta pele que poderia ter sido retirada logo após o nascimento, cede, sem que a criança precise passar por uma cirurgia. Em recém-nascidos, o prepúcio é totalmente retraído em 4%, em lactantes de 6 meses em 25%, até um ano 50%, chegando aos 90% aos quatro anos. Para os primeiros três ou quatro anos, a retração ocasional do prepúcio para higiene é tudo o que se necessita. A retração forçada é desnecessária, dolorosa e traumática ao psíquico da criança.
         O pediatra Carlos Fernando, é totalmente contra o exercício de prepúcio feito pelos pais na hora do banho, para evitar a cirurgia d fimose, “não resolvem a porcentagem mínima dos casos e só servem para traumatizar as crianças e os pais”. Limpar o resíduo da urina é o principal motivo de se fazer a operação. Porém quem necessita fazê-la e não a faz, corre o risco de infecções das vias urinárias (pênis, bexiga e rins).
         Para a Igreja, segundo o pastor Messias Carvalho, da Igreja CRISTÃ DE Anchieta, não se manifesta quanto à circuncisão, pois esta técnica está ligada as leis judaicas, o que não importa aos evangélicos, que valorizam o batismo.      Sendo assim, o batismo está para o evangélico, assim como a circuncisão para os judeus. O procedimento, na visão do pastor, deve ser feito, caso os médicos achem necessário para a melhor higienização das crianças  e em casos de fimose.
         Já na tradição judaica, é um ato religioso, tornando o dia da circuncisão um dia sagrado, cercado de várias simbologias e ritos, e que deve ser feita segundo os mandamentos de Deus, no oitavo dia de vida do recém-nascido, em uma cerimônia chamada brith-milá(pacto de circuncisão, em hebraico).
         No brith-milá, o bebê é levado para o padrinho ao colo do pai, que o acomoda sobre uma almofada nas pernas, para que o Mohel, especialista que realiza o corte, retire rapidamente parte do prepúcio e oferece, logo após o corte, gotas de vinho ao bebê. E para garantir sorte a criança, eu nome só é revelado nessa cerimônia. Todos os presentes, então, desejam felicidade ao bebê até os 13 anos, data em que é considerado religiosamente adulto, e até o dia do seu casamente religioso.
Fonte: Revista Evangélico em Ação, nº 3, ano I, pp. 8-9.

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